A Suzano, líder mundial na produção de celulose, está investindo em biotecnologia para desenvolver a “árvore do futuro”. A empresa utiliza técnicas avançadas de terapia genômica para realizar melhoramentos genéticos no eucalipto, criando novas gerações de árvores que são superiores às suas predecessoras. Fernando Bertolucci, diretor executivo de Sustentabilidade, Tecnologia e Inovação da Suzano, destaca que o objetivo é produzir mais com menos recursos naturais, tornando a produção mais sustentável.
A Suzano foi pioneira na produção de papel branco com 100% de fibras de eucalipto em escala industrial. Atualmente, a empresa direciona uma parte significativa de seus investimentos em inovação para encontrar novas utilidades para a árvore, especialmente para a lignina. Esta substância tem potencial para gerar energia limpa e substituir matérias-primas de origem fóssil. A Suzano Ventures, criada em 2022, é uma frente de Corporate Venture Capital que investe em startups focadas em manejo florestal e bioeconomia.
Com um faturamento de R$ 49,8 bilhões em 2022, a Suzano também busca parcerias globais para agregar valor aos seus produtos e processos. Recentemente, a empresa fez investimentos na Finlândia e na China, seu maior mercado de exportação. A parceria com a empresa finlandesa Spinnova resultou na criação da joint venture Woodspin, que desenvolve uma nova fibra têxtil a partir de celulose microfibrilar e madeira, com uma pegada de carbono significativamente menor.
A Suzano possui sete centros de pesquisa, quatro no Brasil e três no exterior, cada um especializado em diferentes áreas. No Espírito Santo, o foco é o desenvolvimento da celulose, enquanto no Canadá, a pesquisa é voltada para bioprodutos. Em Israel, a empresa trabalha com startups para desenvolver a árvore do futuro, e na China, a Suzano montou um hub para estar mais próxima dos clientes locais.
A Suzano Ventures, com um investimento inicial de R$ 70 milhões, visa acelerar tecnologias ligadas às prioridades da empresa, como soluções para substituir embalagens plásticas por alternativas mais sustentáveis. A conexão com startups já existia por meio de aceleradoras, mas a criação da Suzano Ventures formalizou esse processo, permitindo investimentos em equity.
Apesar dos avanços, a Suzano enfrenta desafios. Em uma ocasião, uma geração promissora de eucaliptos no Espírito Santo não se adaptou como esperado, exigindo a substituição de toda a geração. No entanto, a ampla base genética da empresa permitiu a rápida recuperação.
A Suzano também busca cooperação com empresas escandinavas, que estão mais avançadas em algumas aplicações de biotecnologia. A empresa acredita que parcerias internacionais podem acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, contribuindo para um futuro mais sustentável.
A Suzano continua a inovar e investir em biotecnologia, com o objetivo de criar a “árvore do futuro” e promover a sustentabilidade em suas operações. A empresa está comprometida em renovar a vida a partir da árvore, utilizando a ciência e a inovação para enfrentar os desafios ambientais e econômicos do futuro.
