Mogi das Cruzes, a cidade mais antiga do Alto Tietê, comemora neste domingo (1º) seus 464 anos de história. Em meio às festividades, um levantamento do Censo 2022 do IBGE revela que os títulos mais frequentes nos nomes das mais de 46,4 mil vias urbanas são “Santos”, “Doutores” e “Professores”. Essa nomenclatura reflete a importância de figuras históricas e religiosas na formação da identidade local.
De acordo com os dados, as ruas que homenageiam santos, como Sant’Ana, somam 83 endereços. Em seguida, estão as vias que levam o título de doutor, com 80 nomes, e as que homenageiam professores, com 79. Esses números evidenciam a valorização de personalidades que se desenvolverão significativamente para a cultura e a educação da cidade.
A figura de Sant’Ana, padroeira de Mogi, é uma das mais emblemáticas. A rua que leva seu nome conecta a Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco à Rua Ipiranga, e sua importância é reforçada pela catedral da cidade, que também homenageia a santa. Embora não haja registros bíblicos sobre Ana, sua história é contada em textos apostólicos, destacando seu papel como mãe de Maria e avó de Jesus.
Outro nome relevante é o de Joaquina de Oliveira Ruiz, que dá nome a uma avenida em Brás Cubas. Nascida em 1916, Joaquina foi uma das primeiras mulheres a lecionar em um curso técnico noturno em Mogi, desafiando as normas de sua época. Sua dedicação à educação deixou um legado que perdura até hoje, mesmo após seu falecimento em 2006.
O médico Deodato Wertheimer também é uma figura central na história da cidade. Suas contribuições para a saúde pública e a política local são reconhecidas através de uma das principais ruas de Mogi e de uma escola tradicional estadual. Formado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Wertheimer se destacou no combate à gripe espanhola e foi eleito vereador e, posteriormente, prefeito, onde atuou por cerca de 20 anos.
Essas personalidades, cujos nomes estão eternizados nas ruas de Mogi, representam não apenas a história da cidade, mas também a luta e a dedicação de indivíduos que moldaram a sociedade local. A escolha de homenagear santos, doutores e professores reflete uma valorização das tradições e da educação, pilares fundamentais para o desenvolvimento da comunidade.
Neste aniversário, Mogi das Cruzes não apenas comemora seu passado, mas também reafirma seu compromisso com a memória e a cultura, registrando aqueles que desenvolvem para a formação de sua identidade. As ruas da cidade, portanto, são mais do que simples caminhos; são testemunhos de uma rica história que continua a ser escrita a cada dia.
