A inovação é vista como a principal ferramenta para enfrentar os desafios globais, segundo Fernando Bertolucci, diretor executivo de Tecnologia e Inovação da Suzano, uma das maiores empresas de papel e celulose do mundo. Ele acredita que as empresas precisam ser “ambidestras”, equilibrando lucro e sustentabilidade para atender às demandas dos consumidores e do planeta.
Bertolucci destaca que a sustentabilidade e a responsabilidade social são essenciais para o sucesso empresarial. Ele afirma que a agenda ESG (ambiental, social e de governança) é imperativa e que as empresas vencedoras serão aquelas que conseguirem combinar excelência nos negócios com o cumprimento dessa agenda.
A inovação é apontada por Bertolucci como o principal mecanismo para desenvolver produtos e serviços mais sustentáveis e resolver problemas contemporâneos. Ele menciona que a Suzano adota o conceito de “inovabilidade” – a inovação a serviço da sustentabilidade – para guiar suas iniciativas, com o objetivo de impactar positivamente a sociedade.
No entanto, Bertolucci reconhece que inovar no Brasil é desafiador devido à falta de investimentos em relação ao PIB, infraestrutura inadequada e formação insuficiente de mão de obra especializada. Ele ressalta a necessidade de políticas de longo prazo, infraestrutura adequada e pessoal qualificado para transformar o Brasil em um país mais competitivo e justo.
A inovação também é vista como uma ferramenta eficaz para abordar problemas ambientais. Bertolucci menciona o compromisso da Suzano de oferecer 10 milhões de toneladas de produtos de origem renovável até 2030, substituindo produtos de origem fóssil e contribuindo para a redução da poluição ambiental.
Para incentivar a sustentabilidade na produção brasileira, Bertolucci sugere políticas públicas que organizem o ecossistema de inovação, como editais e incentivos fiscais. Ele destaca a importância do papel do Estado em impulsionar a inovação e criar um ambiente de negócios previsível e de longo prazo.
A estratégia ESG, segundo Bertolucci, está se tornando parte integrante das estratégias de negócios das empresas. Ele cita o exemplo da Suzano, que assumiu compromissos com a vida, como aumentar a disponibilidade hídrica e reduzir a água captada nas operações industriais, além de remover 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2025.
Por fim, Bertolucci fala sobre o investimento da Suzano em tecnologia para manter a produtividade de maneira sustentável, incluindo um programa de melhoramento genético para clonagem de árvores. Ele explica que a clonagem permite aumentar a produtividade e a qualidade da madeira, reduzindo o uso de recursos naturais e defensivos químicos, beneficiando tanto a indústria quanto o meio ambiente.
