Ex-Vereadores de Mogi das Cruzes Condenados por Corrupção

By Fred Silva Barbosa 3 Min Read

Seis ex-vereadores de Mogi das Cruzes foram condenados pela Justiça por envolvimento em um esquema de corrupção que envolvia a compra de apoio de empresários para a aprovação de leis. A decisão foi proferida pelo juiz Tiago Ducatti Lino Machado, da 3ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, na última terça-feira (30).

Os ex-vereadores condenados são Carlos Evaristo da Silva, Diego de Amorim Martins (conhecido como Diegão), Francisco Moacir Bezerra, Jean Lopes, Antonio Lino e Mauro Araújo. As penas variam de cinco a doze anos de reclusão, com a maioria dos réus podendo recorrer em liberdade. Antonio Lino, que foi presidente da Câmara, faleceu em novembro do ano passado.

Além dos ex-vereadores, o empresário Joel Leonel Zeferino e Pablo Henrique de Souza Bezerra, filho de Francisco Bezerra, também foram condenados. A operação que levou às condenações, denominada Legis Easy, foi deflagrada pelo Ministério Público em setembro de 2020 e resultou na prisão preventiva de cinco dos seis ex-vereadores.

A investigação revelou que os ex-vereadores recebiam propinas de empresários para aprovar leis de interesse desses empresários. A promotoria identificou um esquema de corrupção que envolvia a Câmara Municipal e contratos com a Secretaria Municipal de Saúde e o Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae).

Durante a operação, foram apreendidos computadores e aparelhos que revelaram conversas de WhatsApp, documentos e dados bancários que comprovaram a existência do esquema. Três empresas foram identificadas como responsáveis pela lavagem de dinheiro e repasse de verbas para a compra de apoio parlamentar.

As defesas dos condenados se manifestaram, alegando injustiça e falta de provas. A defesa de Mauro Araújo, por exemplo, afirmou que a acusação não apresentou provas concretas e que a operação teve desdobramentos importantes em ano eleitoral. Diego de Amorim Martins também declarou que a decisão é injusta e que espera ser absolvido em segunda instância.

A defesa de Carlos Evaristo da Silva preferiu não comentar, enquanto a defesa de Francisco Bezerra e seu filho Pablo Henrique afirmou que a sentença não analisou adequadamente as provas e depoimentos que demonstram a inocência dos réus. A defesa de Jean Lopes também declarou que todas as provas indicam a inocência de seu cliente.

A investigação teve início após um boletim de ocorrência registrado por Mauro Araújo e Joel Leonel Zeferino, que alegaram serem vítimas de um falso leilão. A partir daí, o Ministério Público descobriu o esquema de corrupção, que envolvia a aprovação de emendas parlamentares encomendadas por empresários e fraudes em contratos públicos.

A decisão judicial marca um importante passo na luta contra a corrupção em Mogi das Cruzes, destacando a necessidade de transparência e integridade no setor público. A população aguarda os próximos desdobramentos e a possível apresentação de recursos por parte dos condenados.

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